sexta-feira, 2 de setembro de 2011

A dama


Querido leitor, cansei de me sabotar.
Quase não há mais papel sobrando, e a pena já se encontra gasta, de tanto que eu escrevo sobre essa dama majestosa.
Palavras, palavras, palavras. Apenas isso.
Porque poeta sou, só o que sei é expressar-me em versos ou prosa.
De que me serve meus sentimentos e emoções se só o que faço com eles é trancá-los nesse livro empoeirado, de capa de veludo?

Mas agora chega querido leitor. Como eu disse antes, não sabotarei mais a mim mesmo.
Procurarei a dama nos jardins centrais, sei que ela gosta de refrescar-se ali nas úmidas tardes setembrinas.
Caminharei em direção à ela, com minhas melhores armas: um sorriso no rosto, um singela flor lilás e meu livro empoeirado.
Deixarei tudo delicadamente ao seu lado, junto à grama verde.
Olharei no profundo de seus olhos e direi a única frase que, apesar de piegas, sintetiza todas aquelas páginas que dediquei a minha dama:
- Eu te amo.